
Foto: Reprodução/ Jornal Nacional
Após o terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Myanmar no último fim de semana, o país enfrenta uma tragédia humanitária de grandes proporções. De acordo com as autoridades locais, o número de mortos ultrapassou 3.000, enquanto milhares de feridos ainda aguardam atendimento em condições precárias.
O número de mortos aumentou para 3.085, segundo o mais recente balanço divulgado pela junta militar que governa o país. Além disso, 4.715 pessoas ficaram feridas e 341 continuam desaparecidas. As equipes de busca e salvamento seguem os trabalhos de resgate, enfrentando desafios devido à destruição em larga escala e ao difícil acesso a diversas áreas afetadas. Nessa quarta-feira (2), as equipes de socorro resgataram três homens vivos, que passaram cinco dias presos sob os escombros, um raro momento de esperança em meio à destruição generalizada. O terremoto em Myanmar já é um dos piores desastres naturais da história recente do país.
Com milhares de desabrigados, a crise humanitária se agrava a cada dia. A falta de água potável, alimentos e medicamentos preocupa autoridades sanitárias. Hospitais estão sobrecarregados, e muitos pacientes são atendidos ao ar livre devido às condições precárias das instalações médicas.
Nessa quarta-feira (2), 49 aviões aterrissaram em Myanmar carregados com ajuda internacional. Estão na área afetada 1.915 equipes de resgate. Mais de 714 toneladas de materiais estão sendo entregues nas zonas de emergência, onde a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que vivam cerca de 10 milhões de pessoas.
O tremor ocorreu na região central do país, afetando duramente cidades como Mandalay, Naypyidaw e Sagaing. Muitas construções colapsaram, deixando inúmeras pessoas presas sob os escombros. Equipes de resgate, compostas por bombeiros, militares e voluntários, trabalham incessantemente na busca por sobreviventes, enfrentando dificuldades devido à destruição da infraestrutura e à escassez de equipamentos adequados.
Resposta do governo e ajuda internacional
O governo de Myanmar declarou estado de emergência e pediu assistência internacional. Organizações humanitárias como a Cruz Vermelha e a ONU já mobilizam recursos para ajudar na crise, mas a instabilidade política do país e as dificuldades logísticas impõem desafios adicionais ao envio de ajuda.
A junta militar declarou cessar-fogo até 22 de abril na guerra civil em curso no país, para facilitar a ajuda à população, informou a televisão estatal de Myanmar.
Previsão de novos tremores
Especialistas alertam para possíveis réplicas do terremoto nos próximos dias, aumentando os riscos para a população e dificultando os trabalhos de resgate. As autoridades recomendam que os moradores das áreas afetadas permaneçam vigilantes e busquem abrigo seguro sempre que possível.