Foto: Getty Images via BBC
As novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump têm gerado intensos debates entre economistas e líderes globais. A metodologia adotada pelo governo americano leva em consideração o déficit comercial dos EUA com cada país e aplica taxas proporcionais, o que resultou em tarifas especialmente altas para nações em desenvolvimento.
A apresentação oficial da nova política ocorreu no Jardim das Rosas da Casa Branca, onde Trump exibiu uma grande tabela de papelão detalhando as tarifas impostas a cada país. Inicialmente, acreditou-se que as taxas haviam sido definidas com base em tarifas pré-existentes e outras barreiras comerciais, como regulamentações e subsídios. No entanto, após o anúncio, a administração revelou que os percentuais foram calculados a partir de uma fórmula matemática específica.
De acordo com essa fórmula, o percentual da tarifa foi obtido dividindo-se o déficit comercial dos EUA com determinado país pelo valor das importações desse mesmo país. O resultado foi então multiplicado por 50%, garantindo que as tarifas fossem proporcionais ao desequilíbrio comercial. Além disso, foi estabelecida uma tarifa mínima de 10% para todos os países, independentemente do resultado do cálculo.
A fórmula divulgada pela Casa Branca — Foto: Casa Branca via BBC
Essa metodologia resultou em tarifas particularmente elevadas para países como Madagascar (47%), Lesoto (50%) e Camboja (49%), que possuem pouca capacidade de importar produtos norte-americanos. Já parceiros comerciais mais robustos, como a União Europeia, viram suas taxas subirem para 20%, o que pode impactar diretamente o preço de produtos importados pelos consumidores americanos.
O Reino Unido já anunciou possíveis medidas retaliatórias, estudando a aplicação de tarifas sobre milhares de produtos norte-americanos, o que pode acirrar as tensões comerciais entre os países. Além disso, especialistas alertam que essa estratégia pode impactar negativamente a economia dos Estados Unidos, elevando custos para empresas e consumidores e aumentando o risco de uma recessão.
O governo Trump, por sua vez, defende que a nova política visa equilibrar a balança comercial e proteger a indústria nacional. No entanto, críticos apontam que o cálculo das tarifas é arbitrário e pode ter consequências imprevistas para a economia global.
A medida tem gerado reações diversas e pode levar a novas disputas comerciais nas próximas semanas.