
Foto: Serviço de Emergência da Ucrânia via REUTERS
Pelo menos 16 pessoas morreram, incluindo seis crianças, após um ataque de míssil russo atingir uma área residencial da cidade de Kryvyi Rih, na Ucrânia, nesta sexta-feira (4). A informação foi confirmada pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
O ataque, considerado um dos mais letais de 2025 até o momento, provocou incêndios em blocos de apartamentos e deixou ao menos 50 feridos. Mais de 30 pessoas precisaram ser hospitalizadas, entre elas um bebê de apenas três meses. Kryvyi Rih é a cidade natal de Zelensky e fica localizada na região central do país, alvo constante de bombardeios nas últimas semanas.
De acordo com a agência Reuters, imagens divulgadas nas redes sociais mostravam corpos estendidos em calçadas, inclusive nas proximidades de um parquinho infantil. Autoridades ucranianas afirmam que não havia qualquer alvo militar nas imediações atingidas.
Em publicação nas redes sociais, Zelensky voltou a cobrar uma resposta mais firme do Ocidente.
“O mundo inteiro vê isso. Cada míssil, cada drone de ataque prova que a Rússia busca apenas a guerra”, escreveu.
O bombardeio ocorre em meio a um momento delicado nas tentativas de negociação de paz. Os Estados Unidos afirmaram na semana passada que um acordo havia sido feito com Ucrânia e Rússia para evitar ataques à infraestrutura energética. No entanto, nesta sexta, Zelensky denunciou um novo ataque russo a uma usina térmica na região de Kherson, classificando o ato como uma violação do tratado.
Trump evita contato com Putin em meio a negociações
Do outro lado do cenário diplomático, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrenta pressão de seus aliados para não manter conversas diretas com o presidente russo, Vladimir Putin, enquanto Moscou não aceitar um cessar-fogo total.
Segundo a emissora americana NBC News, assessores próximos de Trump têm recomendado cautela, mesmo após o presidente americano ter declarado recentemente que consideraria conversar com Putin por telefone ainda esta semana. Trump também demonstrou irritação com o líder russo e ameaçou impor novas sanções econômicas.
“Se a Rússia e eu não conseguirmos chegar a um acordo para pôr fim ao derramamento de sangue na Ucrânia, e se eu considerar que a culpa foi da Rússia… vou impor tarifas secundárias sobre todo o petróleo vindo da Rússia”, afirmou Trump em entrevista.
Nos bastidores, representantes russos se reuniram com autoridades americanas e membros do Partido Republicano para discutir possíveis termos para um cessar-fogo. Ainda não se sabe se Trump participou diretamente dessas conversas.
A escalada dos ataques reacende o debate internacional sobre os rumos da guerra e pressiona líderes mundiais a intensificarem os esforços por uma solução diplomática.