
Foto: Reuters/Tingshu Wang
O clima entre China e Estados Unidos voltou a esquentar nesta terça-feira (8) após o anúncio de uma nova rodada de tarifas comerciais. Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que “pressionar, ameaçar e chantagear não são as maneiras certas de lidar com a China” e garantiu que o país asiático está pronto para reagir com firmeza às sanções impostas por Washington.
A declaração de Lin veio após o governo norte-americano anunciar uma nova taxação adicional de 50% sobre produtos chineses, que entra em vigor já nesta quarta-feira (9). Com isso, o total de tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobe para 104%.
“A China tomará as medidas necessárias para salvaguardar resolutamente seus direitos e interesses legais. Se os Estados Unidos ignorarem os interesses dos dois países e da comunidade internacional e insistirem em lutar guerras tarifárias e comerciais, a China certamente lutará até o fim”, declarou o representante.
Segundo informações divulgadas pela agência estatal Xinhua, o governo chinês também criticou duramente a postura dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC), acusando Washington de violar regras internacionais e adotar práticas de “unilateralismo típico, protecionismo e intimidação econômica”.
Em março, os Estados Unidos já haviam imposto tarifas de 20% sobre produtos chineses, e em 2 de abril iniciou uma ofensiva mais ampla, com uma taxação adicional de 34% sobre todas as mercadorias vindas da China. Agora, com o novo acréscimo de 50%, Pequim promete retaliar à altura.
Entre as ações já anunciadas pela China estão tarifas de 34% sobre produtos norte-americanos, restrições à exportação de minerais raros — insumos estratégicos para a indústria tecnológica — e a proibição do comércio com 16 empresas dos Estados Unidos.
A tensão reacende os temores de uma escalada na guerra comercial entre as duas maiores potências econômicas do planeta, com impactos que podem atingir cadeias produtivas em todo o mundo.