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A Apple iniciou uma operação logística de grande escala para transportar cerca de 1,5 milhão de iPhones da Índia para os Estados Unidos em voos cargueiros, numa tentativa de escapar do impacto da nova política tarifária do governo norte-americano. A medida busca evitar a tarifa de até 125% imposta pelo presidente Donald Trump sobre produtos oriundos da China.
Segundo informações da agência Reuters, a operação envolveu seis jatos cargueiros, cada um com capacidade de 100 toneladas, partindo do aeroporto de Chennai, na Índia, rumo a cidades como Chicago, Los Angeles, Nova York e São Francisco. O volume total transportado chegou a 600 toneladas.
A manobra logística foi acelerada nas últimas semanas, coincidindo com o anúncio da sobretaxa. A Apple, que tradicionalmente fabrica a maior parte de seus iPhones na China, aumentou a produção em território indiano, onde as tarifas de importação para os EUA são menores — cerca de 26%. A mudança reflete uma estratégia mais ampla da empresa em diversificar sua cadeia produtiva e reduzir a dependência da China.
Para facilitar os embarques, a Apple teria feito lobby com as autoridades indianas a fim de acelerar os trâmites alfandegários no aeroporto de Chennai, reduzindo o tempo médio de 30 para apenas seis horas. O governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, teria orientado que a empresa recebesse apoio prioritário.
A fábrica da Foxconn em Chennai, responsável pela produção dos modelos iPhone 15 e 16, também ampliou sua capacidade, funcionando inclusive aos domingos. A expectativa é de que a produção cresça 20% no primeiro semestre. A Apple vende mais de 220 milhões de iPhones por ano globalmente.
Com a nova tarifa de 125% sobre produtos chineses, o impacto nos preços pode ser significativo. Um iPhone 16 Pro Max, por exemplo, que custa atualmente US$ 1.599 nos EUA, poderia saltar para US$ 2.300, segundo estimativas da consultoria Rosenblatt Securities.
A Apple e o Ministério da Aviação da Índia não se manifestaram oficialmente. A Foxconn, principal fornecedora da marca no país asiático, também manteve silêncio.