O prefeito de Sorocaba/SP, Rodrigo Manga (Republicanos), ironizou a operação da Polícia Federal (PF) que cumpriu mandado de busca e apreensão em sua residência nesta quinta-feira (10/04). Em vídeo publicado nas redes sociais, o gestor minimizou a ação, dizendo que os agentes “só encontraram bolo de cenoura, Nutella e o Pokémon que seu filho tanto ama”.
Manga, que ganhou projeção nacional pelo estilo irreverente e uso frequente do TikTok, atribuiu a operação à sua crescente visibilidade política. “Foi eu lançar minha pré-candidatura à Presidência da República, pontuar em terceiro lugar nas pesquisas internas e segundo para o governo do estado, que mandaram a Polícia Federal aqui em casa por causa da ‘denúncia da denúncia da denúncia’”, afirmou.
A operação, batizada de Copia e Cola, investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos na área da saúde envolvendo uma Organização Social (OS) contratada para administrar serviços no município. Além de Manga, o ex-secretário municipal de Saúde, Vinicius Rodrigues, também é alvo da investigação.
Segundo a PF, há indícios de lavagem de dinheiro por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e transações imobiliárias. A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 20 milhões em bens e valores e proibiu a OS investigada de firmar novos contratos com o poder público.
Foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do estado de São Paulo, incluindo Sorocaba/SP, São Bernardo do Campo/SP, Santos/SP e Osasco/SP, além de um mandado em Vitória da Conquista/BA.
A defesa do prefeito declarou que não há elementos que o liguem diretamente a atos ilícitos e criticou a operação, chamando-a de tentativa de “pesca probatória ilegal”. Em nota oficial, a prefeitura afirmou que “há plena colaboração com as autoridades para o total esclarecimento dos fatos” e sugeriu que o episódio ocorre num momento de “grande projeção nacional do prefeito”.
Essa não é a primeira vez que a gestão Manga é associada a investigações na Secretaria de Saúde. Em 2023, a Operação Parajás apurou contratos suspeitos firmados entre 2020 e 2023, durante a gestão do ex-secretário Cláudio Pompeo, ligado ao atual prefeito.