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Filme “Conclave” mistura realidade e ficção sobre a eleição papal e desperta curiosidade mundial

Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, longa de 2024 acerta em retratar o clima de segredo do Vaticano, mas exagera nas reviravoltas

Por Seridoense em 22 de abril de 2025

Lançado em 2024 e vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, o filme “Conclave” foi o mais assistido nas últimas horas, após o falecimento do Papa Francisco, nesta segunda-feira (21). Dirigido por Edward Berger e baseado no romance de Robert Harris, a trama explora os bastidores da eleição papal, combinando com habilidade rituais autênticos da Igreja e elementos de ficção dramática — mas até onde vai a realidade?

O filme acerta ao retratar o conclave com fidelidade: os cardeais votam em cédulas na Capela Sistina, em completo isolamento, e o resultado é indicado pela famosa fumaça preta ou branca.

Esses detalhes reforçam o realismo da obra. No entanto, como todo bom thriller, o filme também toma liberdades criativas: inclui reviravoltas dramáticas, revelações pessoais e até ameaças entre cardeais — situações fictícias que intensificam o drama, mas não condizem com o processo real.

VEJA OS PONTOS REAIS E FICÇÃO DO FILME:

✅ O que é real no filme “Conclave”:

  1. Capela Sistina como cenário da eleição:
    A escolha do novo papa ocorre realmente na Capela Sistina, com presença exclusiva dos cardeais eleitores.

  2. Isolamento total dos cardeais:
    Durante o conclave, os cardeais ficam completamente isolados do mundo externo, sem acesso a celulares, televisão ou internet.

  3. Sistema de votação tradicional:
    A votação é feita por meio de cédulas de papel. Após cada rodada, as cédulas são queimadas, e a fumaça preta (sem consenso) ou branca (papa eleito) sobe da chaminé.

  4. Uso do latim e do italiano:
    Todos os rituais são conduzidos em italiano ou latim, conforme a tradição litúrgica da Igreja.

  5. Tensões políticas internas:
    Existe, na realidade, disputa entre alas conservadoras e progressistas da Igreja, o que pode influenciar na eleição do novo pontífice.

  6. Clima de sigilo e solenidade:
    O silêncio, os olhares contidos e a sensação de que algo grandioso está prestes a acontecer são parte real do ambiente do conclave.

❌ O que é ficção no filme:

  1. A presença de um cardeal secreto (in pectore):
    No filme, um cardeal nomeado secretamente pelo papa morto aparece para votar.
    ➤ Na realidade, apenas cardeais cujo nome foi publicado oficialmente antes da morte do pontífice podem participar do conclave.

  2. Reviravoltas e revelações dramáticas:
    A narrativa inclui ameaças, segredos do passado e disputas quase conspiratórias entre os cardeais.
    ➤ Esses elementos são puramente ficcionais e servem para criar tensão dramática no roteiro.

  3. Estilo de thriller político:
    O filme adota um tom de suspense e investigação, o que não condiz com o caráter espiritual e tradicional do processo real de eleição papal.

Mesmo com seus exageros narrativos, Conclave cumpre o papel de entreter e, ao mesmo tempo, despertar curiosidade sobre um dos eventos mais enigmáticos e sagrados da tradição católica.


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