Foto: reprodução/Instagram/voepass
A Voepass Linhas Aéreas anunciou, na última terça-feira (22), um novo pedido de recuperação judicial, com o objetivo de reestruturar suas finanças e preservar as operações. De acordo com a empresa, o processo não contempla as ações judiciais relacionadas ao acidente ocorrido em agosto de 2024, quando uma aeronave da companhia caiu sobre um condomínio residencial em Vinhedo (SP), vitimando 62 pessoas.
Segundo comunicado da aérea, os processos indenizatórios vinculados ao desastre estão sob responsabilidade da seguradora, e não serão incluídos no plano de negociação de dívidas a ser apresentado aos credores. “Caso o pedido de recuperação judicial seja deferido pela Justiça, todos os passivos da Voepass serão congelados e negociados com base em um plano detalhado que será elaborado para atender todos os credores”, afirmou a empresa em nota.
Com sede em Ribeirão Preto (SP), a Voepass está sob fiscalização intensificada da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) desde o acidente. Em março deste ano, a Anac determinou a suspensão das operações da companhia após identificar falhas em requisitos de segurança operacional.
Na tentativa de retomar suas atividades, a Voepass informou que vem atuando de forma colaborativa com a Anac, apresentando todas as exigências técnicas e operacionais. Paralelamente, a empresa deu início à demissão de parte dos funcionários, incluindo tripulação e trabalhadores de apoio, alegando a necessidade de adequação à nova realidade operacional.
A companhia também citou o cenário adverso do setor de aviação regional no país, com queda no número de rotas e dificuldades de acesso ao transporte aéreo em cidades do interior. O pedido de recuperação judicial é descrito como uma continuidade do processo de reestruturação iniciado ainda em fevereiro, quando obteve uma tutela cautelar preparatória deferida pela Justiça.
Esta é a segunda vez que a Voepass recorre à Justiça para reorganizar suas finanças. O primeiro processo de recuperação judicial ocorreu entre 2012 e 2017.