Foto: Reprodução/ Leeo Santtana/ Instagram Azul Linhas Aéreas
Um episódio inusitado e preocupante chamou atenção no último dia 24 de fevereiro. Durante o voo AD6035, que partiu de Porto Alegre (RS) com destino ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), um homem uniformizado como comandante da Gol tentou acessar a cabine de comando de uma aeronave da Azul. A ação foi frustrada pela tripulação.
O suspeito vestia uniforme completo, com quatro listras nos ombros, indicativas da posição de comandante, além de portar um Certificado de Habilitação Técnica (CHT) emitido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Apesar de usar um cordão de crachá da Gol, o homem não portava o crachá oficial da companhia.
A aeronave, um Airbus A320, decolou às 14h12 e pousou às 15h52. Durante o voo, o homem abordou os comissários na copa dianteira (galley), afirmando ser um comandante recém-promovido da Gol, com sete anos de experiência, e que estaria em deslocamento para a base da empresa no Rio de Janeiro. No entanto, inconsistências em suas falas despertaram suspeitas entre a equipe de bordo.
O suspeito chegou a cumprimentar o comandante da aeronave quando este deixou a cabine de comando. Em seguida, solicitou acesso ao interior da cabine, pedido que foi negado em conformidade com as normas de segurança da aviação civil, que restringem rigorosamente o acesso durante o voo.
Antes do pouso, a tripulação confirmou que o homem embarcou utilizando um bilhete regular de passageiro — um forte indicativo de irregularidade, já que pilotos em serviço utilizam um bilhete especial conhecido como “passe livre”, fruto de acordo entre companhias aéreas e sindicato da categoria.
Em nota, a Azul destacou que “a tripulação agiu de forma preventiva e de acordo com todos os protocolos da companhia ao perceber atitude atípica”, ressaltando que o ocorrido foi comunicado imediatamente às autoridades competentes. Já a Gol informou que emitiu um comunicado interno para alertar e orientar suas equipes sobre o caso, reforçando seu compromisso com a segurança, “valor número 1 da companhia”.
Até o momento, as autoridades ainda apuram as circunstâncias do episódio, e não há informações sobre possíveis responsabilizações criminais.