
Foto: Kremlin.ru
O governo da Rússia anunciou nesta segunda-feira (28) um novo cessar-fogo de três dias na guerra com a Ucrânia. A trégua foi estabelecida para os dias 8, 9 e 10 de maio e, segundo o Kremlin, tem como objetivo “razões humanitárias”, além de coincidir com o 80º aniversário do Dia da Vitória, quando a União Soviética derrotou a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial.
De acordo com a nota divulgada, o cessar-fogo vigorará por 72 horas, iniciando-se à meia-noite de 8 de maio e encerrando-se ao final de 10 de maio. O Kremlin pediu que a Ucrânia também respeite a trégua, mas alertou que eventuais violações serão respondidas de forma “adequada e eficaz” pelas Forças Armadas russas.
Até a última atualização desta reportagem, o governo ucraniano não havia se manifestado oficialmente sobre o anúncio. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores de Kiev reafirmou que a Ucrânia busca um “cessar-fogo imediato e duradouro”.
A medida ocorre dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticar ataques recentes da Rússia à capital ucraniana, Kiev. Em declarações públicas, Trump acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de prolongar o conflito e demonstrou intenção de se reaproximar do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Foto: SERVIÇO DE IMPRENSA PRESIDENCIAL DA UCRANIA
Ambos se encontraram no último fim de semana, durante o funeral do papa Francisco, realizado no Vaticano. Trump afirmou que Zelensky está “mais calmo”, reconheceu que a Ucrânia “enfrenta uma força muito maior” e cobrou que Putin “pare com os bombardeios” e aceite um cessar-fogo definitivo, com mediação norte-americana.
Este será o segundo cessar-fogo declarado pela Rússia desde o início do mês. No anterior, que teve duração de 30 horas durante a Páscoa, a Ucrânia acusou Moscou de violar a própria trégua.
O conflito entre Rússia e Ucrânia já ultrapassa três anos de duração, com mais de 20% do território ucraniano sob ocupação de tropas russas, especialmente nas regiões do leste e na península da Crimeia, anexada por Putin em 2014. A devolução desses territórios é hoje o principal impasse para um acordo definitivo: Zelensky insiste em recuperá-los integralmente, enquanto o governo russo afirma que essas áreas já foram incorporadas à Federação Russa e não serão devolvidas.