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O Vaticano finalizou os preparativos para o conclave que elegerá o novo Papa, após o falecimento de Francisco no último dia 21 de abril, aos 88 anos. A cerimônia está marcada para a próxima quarta-feira, 7 de maio, e será realizada na Capela Sistina, conforme a tradição secular da Igreja Católica.
Estão confirmados 133 cardeais eleitores, após duas ausências por motivos de saúde. Todos participarão das votações secretas para escolher o próximo pontífice, com início após a missa “Pro Eligendo Pontifice”, celebrada na Basílica de São Pedro.
Nos últimos dias, operários concluíram a instalação da chaminé no telhado da Capela Sistina, por onde sairá a fumaça que indica o resultado de cada votação: preta para sinalizar que não houve eleição e branca para anunciar a escolha de um novo Papa. O sistema é conectado a duas estufas internas — uma delas com compostos químicos que garantem a clareza da cor da fumaça.
Foram ainda montadas estruturas provisórias para facilitar o deslocamento dos cardeais, como um piso elevado que nivela o chão irregular da capela e uma rampa de acesso. Mesas de madeira foram dispostas para acomodar os votantes, muitos dos quais são de idade avançada.
De acordo com o Ordo Rituum Conclavis, a eleição exige o voto de dois terços dos participantes — ou seja, 89 dos 133 cardeais. São permitidas até quatro votações por dia, sendo duas pela manhã e duas à tarde. Se não houver consenso após três dias, os cardeais podem optar por uma pausa de oração antes de retomar as sessões.
Durante o conclave, os cardeais ficam completamente isolados na chamada “Zona de Conclave”, sem acesso à imprensa, celulares ou internet, em um processo que visa garantir o máximo sigilo.
Expectativas e possíveis candidatos
A duração média dos últimos dez conclaves foi de 3,2 dias, sendo que nenhum ultrapassou cinco. As duas eleições mais recentes — em 2005 com Bento XVI e em 2013 com Francisco — foram encerradas em apenas dois dias.
Essa rapidez é vista como sinal de unidade. “No máximo três dias”, previu o cardeal salvadorenho Gregorio Rosa Chávez nesta semana, ressaltando a expectativa por um processo breve e eficiente.
A votação inicial, na tarde do primeiro dia, costuma funcionar como uma sondagem informal, com votos simbólicos. A partir do segundo dia, inicia-se o processo mais decisivo com duas rodadas pela manhã e duas à tarde.
Entre os nomes mais comentados estão o cardeal italiano Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano, e o cardeal filipino Luis Antonio Tagle, visto como uma figura de forte apelo internacional. No entanto, outras lideranças podem emergir nas congregações gerais que ocorrem nos dias anteriores ao conclave, quando os cardeais discutem os rumos da Igreja.
“Se não conseguirmos um novo papa rapidamente, isso mostrará que o impulso para os favoritos se esgotou muito rapidamente”, avaliou o padre jesuíta Thomas Reese. Ele também destacou que muitos dos cardeais foram nomeados por Francisco e vêm de dioceses distantes — o que pode dificultar o conhecimento mútuo e favorecer uma solução de compromisso.
A expectativa geral, contudo, é de uma eleição célere, para que a Igreja sinalize estabilidade e continuidade após a perda do papa Francisco.