
Foto: Sesed/Divulgação
O Aeroporto de Mossoró/RN teve a pista fechada para pousos e decolagens na última quinta-feira, 1º de maio, feriado do Dia do Trabalhador, para a realização de uma corrida de rua nacional promovida pelo Sesi, em parceria com a Prefeitura Municipal. Apesar de não contar atualmente com voos comerciais regulares, a medida gerou polêmica e interferiu em operações privadas e militares, incluindo um voo aeromédico de emergência.
O Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) relatou dificuldades durante a operação de transferência de um paciente de 13 anos em estado grave, uma vez que pelo menos três planos de voo foram negados antes da autorização para pouso ser concedida por meio da torre de controle de Recife. A equipe chegou a cogitar pousar no campo de futebol de um batalhão da Polícia Militar, mas acabou conseguindo autorização para utilizar o pátio do aeroporto.
Segundo o comandante do Ciopaer, coronel Eduardo Franco, o fechamento temporário do aeródromo dificultou a missão de resgate. “A equipe chegou a planejar um pouso alternativo no campo de futebol da PM, mas conseguimos efetuar o pouso do helicóptero no aeroporto”, afirmou.
A Infraero, responsável pela administração do terminal, confirmou que a pista foi cedida para o evento, mas ressaltou que o aeroporto foi fechado formalmente através de um NOTAM (Aviso aos Aeronavegantes) publicado no dia 26 de março de 2025, ou seja, com mais de 30 dias de antecedência, conforme a regulamentação. O aviso estabeleceu o fechamento entre 12h e 24h do dia 1º de maio.
Ainda segundo a administradora, o evento foi planejado com foco no uso estratégico do aeroporto como centro de oportunidades de negócios comerciais, e iniciativas semelhantes têm ocorrido em outros terminais do país. A Infraero afirmou que, na manhã do dia 1º, ocorreram uma decolagem e dois pousos entre 7h e 12h, e que às 9h58 foi recebido um pedido de operação para o helicóptero militar, que pousou às 12h42 e decolou às 13h03, sem restrições operacionais.
O aeroporto atualmente opera apenas voos privados e militares, com uma média diária inferior a quatro movimentos (entre pousos e decolagens), dentro do horário padrão de 7h às 19h. No entanto, operações fora desse horário também são possíveis, desde que haja coordenação prévia com os operadores responsáveis.
Apesar das justificativas, a situação gerou críticas por parte de profissionais da aviação e moradores da região, que consideraram a escolha do local inadequada para eventos não aeronáuticos durante um feriado nacional, quando a demanda por operações pode aumentar. O Ciopaer informou que deve notificar a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre o ocorrido nos próximos dias.