
Foto: Joa Souza/GOVBA
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), provocou forte polêmica ao declarar, durante a inauguração da Escola Estadual Nancy da Rocha Cardoso, em América Dourada/BA, na última sexta-feira (2), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus eleitores poderiam ser levados “para a vala”. A fala foi feita enquanto criticava a condução do governo federal durante a pandemia de Covid-19.
“Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira. Bota e leva tudo para a vala”, disse o governador durante o evento.
A declaração repercutiu fortemente nas redes sociais e gerou reações de figuras da oposição. O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou o discurso como “carregado de ódio” e criticou a ausência de medidas institucionais diante do episódio. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também condenou a fala, acusando o governador de adotar um “discurso extremista” e de ser guiado por uma “ideologia genocida”.
Diante da pressão, Jerônimo Rodrigues se retratou nesta segunda-feira (6), durante uma visita às obras de reforma do Teatro Castro Alves, em Salvador/BA. O governador negou que tenha desejado a morte de opositores e afirmou que suas palavras foram mal interpretadas.
“Nós criticamos a forma que alguém deseja a morte do outro. Eu sou uma pessoa religiosa, de família, e não vou nunca tratar qualquer opositor com um tratamento deste. Foi descontextualizada a declaração. Eu apresentei minha inconformação de como o País estava sendo tratado e dei o exemplo da pandemia. Se o termo ‘vala’ foi pejorativo ou forte, eu peço desculpas. Não houve intenção nenhuma de desejar a morte de ninguém”, disse.