
Imagem: Reprodução/ Vaticano
A Basílica de São Pedro, no Vaticano, foi palco de uma cerimônia solene na manhã desta quarta-feira (7) que marcou o início oficial do conclave para a eleição do novo Papa. A Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, presidida pelo Cardeal Decano, Giovanni Battista Re, reuniu os 133 cardeais eleitores em um momento de profunda espiritualidade e responsabilidade eclesial.
A entrada dos cardeais formou um “corredor vermelho” entre os fiéis, destacando a solenidade do momento. Ao final da procissão, os religiosos se sentaram em cadeiras dispostas em semicírculo próximas ao altar — esta foi a última aparição pública dos cardeais antes do isolamento completo exigido pelo conclave.
Durante o rito, uma imagem sagrada de Jesus Cristo foi levada até o altar. Em seguida, o Cardeal Decano queimou incenso e aspergiu imagens e o altar, conforme a tradição litúrgica. A missa teve cantos e rezas especiais, além de uma homilia voltada à missão que os cardeais assumem neste momento histórico.
Em sua pregação, dom Giovanni Battista Re destacou a seriedade da eleição e exortou os fiéis à oração e confiança no Espírito Santo:
“Rezemos para que Deus conceda à Igreja o Papa que melhor saiba despertar as consciências de todos e as energias morais e espirituais na sociedade atual, caracterizada por um grande progresso tecnológico, mas que tende a esquecer Deus.”
Após a missa, os cardeais seguiram em procissão até a Capela Sistina entoando o hino Veni Creator Spiritus, invocando o Espírito Santo. Já na capela, juram sigilo absoluto sobre todo o processo de eleição. É proclamado o “Extra omnes”, quando todos os não eleitores são convidados a se retirar e as portas são trancadas, dando início ao conclave propriamente dito.
O conclave deve durar de dois a três dias, podendo ser estendido caso não haja definição. A primeira votação ocorre ainda nesta quarta-feira (7), por volta das 14h (horário de Brasília). Caso nenhum candidato alcance os 2/3 dos votos — o equivalente a 89 — uma nova rodada de votações será iniciada na quinta-feira (8), com até quatro sessões ao longo do dia.
Durante a votação, os cardeais preenchem cédulas com o nome do candidato, dobram e depositam em urna. Ao final da apuração, os votos são furados, amarrados e queimados. A fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina revela ao mundo se houve ou não definição: preta para indefinição; branca para anúncio de um novo Papa.
Entre os 133 cardeais votantes, sete são brasileiros. Se após 34 votações não houver definição, os dois nomes mais votados passam a disputar entre si em nova rodada decisiva.
O escolhido é convidado a aceitar o cargo e, em caso afirmativo, revela o nome que deseja adotar como Papa. Ele então se recolhe por alguns instantes na Sala das Lágrimas, onde veste os trajes papais. Em seguida, faz sua primeira aparição pública na sacada da Basílica de São Pedro, sendo apresentado como o novo Sucessor de Pedro.

Clérigo do Vaticano manuseia livro dos Evangelhos durante missa que abriu conclave em 7 de maio de 2025. — Foto: Vaticano

Missa de cardeais antes do início do conclave. — Foto: Vatican Media

Cardeal Giovanni Battista Re joga incenso no palco de missa Pro Eligendo Pontifice em 7 de maio de 2025. — Foto: Vaticano

Cardeais eleitores do conclave participam de missa Pro Eligendo Pontifice na Basílica de São Pedro em 7 de maio de 2025. — Foto: Vaticano