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Lula embarca para Rússia e China em busca de novos acordos e fortalecimento diplomático

Viagem inclui cúpula China-Celac, celebração da vitória soviética na Segunda Guerra e mais de 16 acordos bilaterais com os chineses

Por Seridoense há 2 semanas

Foto: RICARDO STUCKERT/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou na noite desta terça-feira (6), da Base Aérea de Brasília, rumo à Rússia e à China, em uma agenda estratégica que busca fortalecer os laços diplomáticos e ampliar a presença do Brasil no cenário internacional por meio de acordos comerciais, científicos e de infraestrutura.

A primeira parada será em Moscou, onde Lula participa das comemorações dos 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, entre os dias 8 e 10 de maio. A data, celebrada com grande simbolismo pelos russos, inclui um desfile cívico-militar na Praça Vermelha, considerado o evento mais importante do calendário nacional.

Além da participação nas solenidades, Lula terá uma reunião bilateral com o presidente Vladimir Putin, com expectativa de assinatura de acordos nas áreas de ciência e tecnologia. Também está prevista uma reunião com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

A comitiva que acompanha Lula inclui os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação). Segundo o embaixador Mauricio Lyrio, o Brasil busca reequilibrar a balança comercial com a Rússia, já que o país importa grandes quantidades de fertilizantes e diesel, mas exporta principalmente produtos do agronegócio, o que tem gerado déficit para o Brasil.

Após a agenda na Rússia, Lula segue para Pequim, onde participa da cúpula entre China e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), nos dias 12 e 13 de maio, e realiza uma visita de Estado a convite do presidente Xi Jinping.

A expectativa é de assinatura de pelo menos 16 acordos bilaterais, com possibilidade de mais 32 em negociação. As áreas envolvem desde infraestrutura e tecnologia até neoindustrialização, capacitação científica e transição energética.

Segundo Lyrio, a relação com a China é altamente institucionalizada e estratégica, com superávit brasileiro na balança comercial. “A lista de acordos é prolífica e variada”, afirmou o embaixador, destacando que há uma força-tarefa de ministérios para intensificar a cooperação com o país asiático.

Esta será a terceira reunião entre Lula e Xi Jinping desde 2023, o que demonstra a densidade da relação bilateral. Os dois países também convergem na defesa do multilateralismo e da reforma na governança global, além do compromisso com soluções pacíficas para conflitos internacionais.

A presença brasileira na cúpula da Celac, segundo a embaixadora Gisela Padovan, mostra o reconhecimento de que o Brasil tem papel de liderança propositiva na integração regional latino-americana. Desde que reassumiu a presidência, Lula recolocou o Brasil no bloco, após três anos de afastamento.

Apesar do contexto internacional marcado pela escalada da tensão entre Estados Unidos e China, o Itamaraty destacou que o Brasil mantém boas relações com ambos os países e evita tomar lados em disputas comerciais. “Não fazemos da nossa relação com a China algo que se contrapõe ao interesse em manter ótimas relações com os EUA”, pontuou Lyrio.


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