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Lula defende extensão de cessar-fogo na Ucrânia em encontro com Vladimir Putin

Presidente brasileiro se reuniu com o líder russo em Moscou e pediu trégua mais longa no conflito; presença na celebração da vitória soviética na Segunda Guerra gerou críticas

Por Seridoense há 2 semanas

Foto: Ricardo Stuckert/ Presidência da República

Durante visita oficial à Rússia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu uma ampliação do cessar-fogo no conflito entre Rússia e Ucrânia. O apelo foi feito durante reunião com o presidente russo Vladimir Putin, realizada na última sexta-feira (9), em Moscou.

Segundo fontes diplomáticas, Lula endossou uma proposta já feita pela Ucrânia, que sugere a extensão da trégua — inicialmente anunciada pela Rússia por apenas três dias — para um período de até 90 dias. A pausa atual, conforme informou o Kremlin, teve início em 8 de maio e foi até este sábado (10), em homenagem à vitória russa sobre a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial.

“A paz é importante para a Rússia, para a Ucrânia, para os Estados Unidos, para a União Europeia, que não vai gastar dinheiro em armas”, declarou Lula, em entrevista concedida antes de embarcar para a China. Ainda segundo ele, o Brasil manterá o mesmo posicionamento: “Nós trabalhamos, queremos e torcemos para que essa guerra acabe. E essa guerra só pode acabar se os dois [Rússia e Ucrânia] quiserem.”

Apesar da conversa, Vladimir Putin não respondeu diretamente ao pedido, embora tenha elogiado o papel do Brasil nas articulações pela paz. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que o encontro tratou das perspectivas para encerrar o conflito, e reforçou que o Brasil segue comprometido com o Grupo de Amigos da Paz, uma iniciativa conjunta com a China no âmbito da ONU.

A presença do presidente brasileiro em Moscou, no entanto, gerou críticas. Lula foi convidado por Putin para participar das celebrações pelos 80 anos da vitória soviética sobre o nazismo. Durante a solenidade, o petista esteve ao lado de líderes como Xi Jinping (China), Nicolás Maduro (Venezuela) e Miguel Díaz-Canel (Cuba). Especialistas ouvidos pela imprensa nacional apontam que a presença do Brasil na cerimônia pode transmitir uma mensagem negativa sobre o compromisso democrático do país.

Questionado sobre as críticas, Lula reagiu: “É pequenez pensar assim. A Europa inteira deveria estar festejando, porque graças ao que aconteceu em 1945, o nazismo foi derrotado.” O presidente ainda ironizou a polêmica: “Se eu for num baile de carnaval, vão dizer que é exploração política?”

No cenário internacional, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também defendeu um cessar-fogo mais duradouro. Em publicação neste sábado (10), ela apoiou uma trégua de 30 dias, sem condições prévias, como forma de abrir espaço para negociações de paz.


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