Foto: CBF
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, foi novamente afastado do cargo por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), nesta quinta-feira (15). A medida foi tomada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, que considerou nulo o acordo que viabilizou a eleição de Ednaldo em 2022, após suspeitas de falsificação de assinatura e incapacidade mental do ex-presidente da entidade, Coronel Nunes.
A decisão judicial também nomeia Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da CBF, como interventor provisório, com a missão de convocar novas eleições “o mais rápido possível”. Sarney faz parte da oposição a Ednaldo e não integrou sua chapa na reeleição por aclamação realizada em março deste ano.
Na decisão, o magistrado escreveu:
“Declaro nulo o acordo firmado entre as partes, homologado outrora pela Corte Superior, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido por Coronel Nunes.”
A assinatura contestada refere-se a um acordo firmado por cinco dirigentes da CBF no início de 2024, o qual encerrou uma ação judicial que questionava a legalidade da eleição que manteve Ednaldo no comando da entidade. A alegação de falsificação partiu da deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e do próprio Fernando Sarney, com base em um laudo pericial que apontou inconsistências na assinatura de Nunes.
O desembargador havia tentado ouvir Coronel Nunes no início desta semana, mas a audiência foi cancelada após seu advogado alegar que ele não teria condições de saúde para comparecer. Diante disso, Zéfiro decidiu pelo afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues.
Ednaldo estava fora do Brasil no momento da decisão, participando de um congresso da FIFA em Assunção, no Paraguai. Existe a possibilidade de reversão da medida nos tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou o Supremo Tribunal Federal (STF). Em dezembro de 2023, o dirigente já havia sido afastado e conseguiu retornar ao cargo um mês depois por decisão do ministro Gilmar Mendes.
Na última segunda-feira (13), Ednaldo anunciou oficialmente a contratação do técnico Carlo Ancelotti, em uma ação interpretada como tentativa de fortalecer sua imagem frente à crise institucional. A nomeação, no entanto, não foi confirmada até o momento pelo Real Madrid, clube que o treinador comanda atualmente.
Após o anúncio, Ednaldo também se reuniu com presidentes de federações estaduais, buscando apoio. Na ocasião, o corpo jurídico da CBF afirmava ter segurança quanto à permanência do presidente, mas reconhecia a possibilidade de judicialização do caso em instâncias superiores.