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Papa Leão XIV defende família tradicional e diálogo religioso em primeiro discurso diplomático

O novo pontífice também reforçou a posição da Igreja contra o aborto e pediu respeito à dignidade de imigrantes e vulneráveis

Por Seridoense há 1 semana

Foto: Reprodução/ Vatican News

Em seu primeiro discurso ao corpo diplomático do Vaticano, realizado nesta sexta-feira (16), o papa Leão XIV afirmou que a paz mundial passa pela valorização da família tradicional e pela promoção do diálogo entre religiões. O novo pontífice, nascido nos Estados Unidos, defendeu que os governos devem investir em famílias “fundadas na união estável entre um homem e uma mulher”.

“É responsabilidade dos governantes construir sociedades civis harmoniosas e pacíficas. Isso pode ser alcançado, acima de tudo, investindo na família, fundada na união estável entre um homem e uma mulher”, declarou.

O discurso, divulgado oficialmente pelo Vaticano, reafirma posições históricas sobre o casamento heterossexual e o aborto. Leão XIV reforçou a doutrina da Igreja ao afirmar que “ninguém está isento de garantir o respeito pela dignidade de cada pessoa, especialmente a mais frágil e vulnerável, desde os não nascidos até os idosos, desde os doentes até os desempregados, cidadãos e imigrantes igualmente.”

A audiência privada com diplomatas é uma tradição protocolar que ocorre após um conclave, permitindo ao novo papa cumprimentar representantes de mais de 180 países com os quais a Santa Sé mantém relações diplomáticas.

Prevost, primeiro papa norte-americano da história, já havia criticado o “estilo de vida homossexual” durante seu período como chefe da ordem agostiniana. No entanto, durante o pontificado de Francisco, reconheceu o chamado para uma Igreja mais inclusiva e afirmou que ninguém deveria ser excluído apenas com base em seu estilo de vida. Ainda assim, nesta primeira fala oficial, não mencionou a união entre pessoas do mesmo sexo.

Outro ponto destacado por Leão XIV foi a defesa da liberdade religiosa e o incentivo ao diálogo inter-religioso como caminho para a construção da paz. Ele afirmou que a paz não é apenas ausência de guerra, mas um dom que exige esforço, inclusive no uso cuidadoso das palavras: “As palavras também, não apenas as armas, podem ferir e até matar.”

Sobre imigração, o papa — que viveu por anos como missionário no Peru — falou de forma pessoal. Disse que sua própria experiência reforça o apelo por compaixão e solidariedade com quem busca uma vida melhor em outros países. “Nossa dignidade permanece sempre inalterada. É a dignidade de uma criatura querida e amada por Deus”, afirmou, num momento em que políticas de deportação ganham força nos Estados Unidos.

Por fim, Leão XIV condenou o que chamou de “impulso destrutivo de conquista”, citando o Oriente Médio e a Ucrânia como regiões que mais sofrem com conflitos. Ele ressaltou que a Igreja não hesitará em usar “linguagem direta” para dizer a verdade aos poderosos do mundo.

A missa de instalação oficial do pontificado está marcada para o próximo domingo, 18, no Vaticano (horário de Roma; +5h em relação a Brasília).


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