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Bonecas hiper-realistas reacendem polêmica sobre bebês reborn no Brasil

Conteúdos virais de influenciadores digitais voltaram a chamar atenção para o uso e os impactos emocionais, sociais e até legais dos bonecos realistas

Por Seridoense há 1 semana

Foto: Reprodução

Nas últimas semanas, vídeos de influenciadores digitais que se dedicam aos cuidados de bonecas hiper-realistas reacenderam o debate em torno dos bebês reborn. Embora não sejam novidade, esses bonecos voltaram a ganhar destaque após conteúdos virais abordarem temas controversos, como simulações de parto e até disputas judiciais pela “posse” das bonecas.

Mas o que são bebês reborn?

Os bebês reborn são bonecas artesanais extremamente realistas. Criados inicialmente como obras de arte para colecionadores, esses bonecos apresentam características impressionantes: veias aparentes, poros, manchas, dobrinhas, peso semelhante ao de um bebê real e cabelos implantados fio a fio.

Com o tempo, os bonecos passaram a ter uso terapêutico, especialmente entre pais que enfrentam o luto ou não puderam ter filhos. Para algumas pessoas, os reborn funcionam como objetos de conforto e afeto. No entanto, especialistas alertam que, em certos casos, a ligação emocional intensa pode dificultar a aceitação da realidade ou agravar quadros de saúde mental.

Uso indevido e implicações legais

O uso dos bebês reborn em contextos que extrapolam o emocional e adentram o espaço da vida pública tem gerado preocupação. Há relatos de pessoas que registram os bonecos com nomes fictícios, participam de encontros simbólicos entre “mães”, fazem ensaios fotográficos e até realizam “batismos”.

Mais grave, porém, são os registros de tentativas de obtenção de benefícios sociais, licenças e até atendimento médico emergencial com os bonecos em unidades de saúde, como UPAs. Essas ações têm surpreendido profissionais da saúde e gerado discussões sobre falsidade ideológica, má-fé e uso indevido de recursos públicos.

Como resposta, a Câmara dos Deputados registrou um protocolo voltado à criação de políticas públicas sobre o tema. A proposta visa evitar o mau uso dos serviços públicos e promover acompanhamento psicológico adequado a pessoas que desenvolvem laços afetivos com esses objetos.

Mercado infantil e novos debates

O crescimento da popularidade dos bebês reborn também levou à produção de modelos mais acessíveis, voltados ao público infantil. A presença desses bonecos ultra-realistas entre crianças levantou questionamentos sobre o impacto no desenvolvimento da imaginação e na distinção entre fantasia e realidade.

Enquanto alguns pais enxergam o brinquedo como uma forma educativa, outros alertam para os riscos de confusão emocional, principalmente entre crianças menores que podem interpretar os bonecos como bebês de verdade.

O debate segue aberto, com especialistas divididos entre os benefícios terapêuticos, os riscos de dependência emocional e as implicações éticas e legais da prática.


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