
Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES
Um confronto entre indígenas e policiais legislativos foi registrado na noite desta quarta-feira (10/04), em Brasília/DF, quando manifestantes tentaram avançar em direção ao Congresso Nacional. Os participantes integram o Acampamento Terra Livre (ATL), a maior mobilização indígena do país, que reúne cerca de 8 mil indígenas de diversas etnias e regiões para pressionar por pautas como a demarcação de terras e direitos constitucionais.
O confronto teve início após um grupo de manifestantes deixar uma mobilização em frente ao Ministério da Saúde e seguir para o Congresso. Policiais legislativos reagiram com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para conter o avanço. O episódio causou tumulto e deixou diversos indígenas feridos e com dificuldades respiratórias, necessitando de atendimento médico. O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal foi acionado para prestar socorro no local.
Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o uso de força foi desproporcional. A entidade criticou a atuação dos policiais e cobrou providências das autoridades do Congresso e do governo federal. Já a Polícia Legislativa do Senado afirmou, em nota, que a ação foi uma resposta à tentativa de invasão do prédio do Congresso por parte dos manifestantes, o que justificaria o uso de força moderada para garantir a segurança do local.
O Acampamento Terra Livre de 2025 teve início nesta segunda-feira (08/04) e segue até a próxima sexta-feira (12/04). Além da demarcação de terras, os participantes reivindicam a revogação de normas que enfraquecem a política indigenista, a proteção de seus territórios contra o garimpo ilegal e o fortalecimento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
A Apib convocou uma coletiva de imprensa para esta quinta-feira (11/04) e reiterou que o movimento é pacífico e legítimo. Lideranças indígenas afirmam que não aceitarão a criminalização dos protestos e responsabilizam o Congresso pelo agravamento da situação.