
Foto: Magnus Nascimento
A Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Norte protocolou um pedido de licença prévia junto ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), com objetivo de viabilizar a duplicação da BR-304. A solicitação foi tornada pública nesta quarta-feira (23), por meio do Diário Oficial do Estado (DOE).
De acordo com o Dnit, o projeto executivo da duplicação está em fase de elaboração e a previsão é de que seja concluído até o segundo semestre de 2025. A licitação para os dois primeiros lotes considerados prioritários — 1B (entre Mossoró e Assú) e 2D (do entroncamento com a BR-226 até Riachuelo) — deve ocorrer no mesmo período.
O Lote 1B contempla 57,6 km e o Lote 2D, 38,1 km. Ambos foram incluídos na Lei Orçamentária Anual (LOA 2024), que prevê R$ 74 milhões para o início das obras e mais R$ 74 milhões para a conclusão da Reta Tabajara, cuja duplicação ainda está pendente.
A duplicação da BR-304 no estado compreende cerca de 280 km, divididos em quatro lotes e sete sub-lotes. A rodovia corta 13 municípios potiguares, como Macaíba, Assú, Mossoró, Tibau, Riachuelo, entre outros, sendo uma via estratégica para a integração regional.
Construída nos anos 1960, a BR-304 liga Natal/RN a Beberibe/CE. No trecho potiguar, apenas a parte entre Parnamirim e Macaíba está duplicada. A duplicação da Reta Tabajara teve início há quase 10 anos e segue em andamento.
Além do aspecto logístico, a duplicação da BR-304 tem sido pauta constante entre representantes do setor produtivo e do turismo. O perito criminal Clelio Soares, criador do perfil “Luto na BR-304”, cobra celeridade nas obras desde a perda trágica do filho em um acidente na rodovia. Segundo ele, a lentidão nas intervenções é reflexo da negligência com a segurança viária.
“Dez anos depois e a Reta Tabajara vai ser entregue. A obra é complexa, mas o cálculo é simples: 17km dividido por 10 anos dá 1,7km duplicado por ano. Para duplicar o resto da BR-304 faltam 280km. Nesse ritmo daria 164 anos”, disse.
Agora, o Dnit aguarda o avanço da fase de licenciamento e, posteriormente, a realização da licitação. A expectativa é de que a duplicação finalmente saia do papel, contribuindo para a redução de acidentes e o fortalecimento da logística regional.