
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
O dólar voltou a disparar nesta terça-feira (8) e fechou em alta de 1,47%, cotado a R$ 5,9973, no maior valor desde 21 de janeiro. A valorização da moeda americana veio logo após a Casa Branca confirmar a aplicação de uma tarifa extra de 50% sobre produtos importados da China, elevando a carga total de tributos para 104%.
A nova medida entra em vigor nesta quarta-feira (9) e representa mais um capítulo da escalada comercial entre Estados Unidos e China. Na véspera, o presidente Donald Trump já havia ameaçado adotar a taxação caso o governo chinês não recuasse na retaliação de 34% sobre produtos americanos, o que não ocorreu.
Segundo a Casa Branca, o objetivo das novas tarifas é proteger a indústria americana de práticas comerciais desleais. Já o governo chinês prometeu responder à altura, afirmando que “lutará até o fim” se os EUA continuarem a impor barreiras.
Impacto nos mercados
O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, sentiu os reflexos da tensão global e encerrou o pregão em queda de 1,32%, aos 123.932 pontos. Foi o segundo dia seguido de perdas.
A insegurança tomou conta dos investidores. Desde o anúncio do “tarifaço” na semana passada, os mercados globais vêm registrando fortes quedas. Na Europa e na Ásia, no entanto, os índices tiveram leve recuperação nesta terça com a esperança de que novas negociações sejam abertas com aliados estratégicos, como Japão, Coreia do Sul e União Europeia.
Gigantes da tecnologia em queda
Nos EUA, as bolsas de Nova York viveram um verdadeiro derretimento nos últimos dias. Entre quinta e sexta-feira da semana passada, as gigantes da tecnologia — conhecidas como “magnificent seven” — perderam cerca de US$ 1,8 trilhão em valor de mercado. O grupo inclui Apple, Amazon, Meta, Alphabet (Google), Microsoft, Nvidia e Tesla.
Analistas alertam que, com as tarifas recíprocas em vigor, os custos devem aumentar e o consumo pode cair, o que pode levar os EUA a uma desaceleração econômica ou até recessão — o que afetaria também o cenário global.
China restringe exportação de terras raras
Como resposta às tarifas impostas por Washington, o governo chinês anunciou controle sobre a exportação de terras raras, insumos essenciais para a indústria de tecnologia. Entre os materiais que terão exportação limitada estão o térbio, o disprósio e o gadolínio, fundamentais para a fabricação de chips e eletrônicos.
A medida já entra em vigor nesta sexta-feira (11) e levanta preocupações sobre o fornecimento global de componentes eletrônicos.
📉 Resumo dos principais índices nesta terça (8):
💲 Dólar
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Alta de 1,47%, cotado a R$ 5,9973
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Máxima do dia: R$ 6,0053
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Acumulado:
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Semana: +2,77%
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Mês: +5,11%
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Ano: -2,95%
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📈 Ibovespa
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Queda de 1,32%, aos 123.932 pontos
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Acumulado:
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Semana: -2,61%
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Mês: -4,86%
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Ano: +3,03%
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🌏 Bolsas asiáticas e europeias (recuperação leve):
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Nikkei (Japão): +6,01%
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Hang Seng (Hong Kong): +1,51%
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DAX (Alemanha): +2,36%
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FTSE 100 (Reino Unido): +2,71%
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CAC 40 (França): +2,50%
🔎 Especialistas alertam para o risco de uma guerra comercial generalizada, com impacto direto sobre a inflação, o consumo e o crescimento econômico global.