
Foto: Prefeitura de Jales/Divulgação
A Justiça de Mato Grosso anulou o contrato firmado entre a Prefeitura de Gaúcha do Norte e a empresa Talismã Administradora de Shows e Editora Musical Ltda para a realização de um show do cantor Leonardo. A apresentação, realizada em junho de 2024 durante a 13ª Feira Cultural do município, custou R$ 750 mil e foi considerada superfaturada pelo Ministério Público Estadual (MPMT).
Segundo o MPMT, o valor pago está acima da média praticada pelo artista em outras cidades da região e do país. Uma pesquisa feita pelo órgão identificou que, entre 2022 e 2023, os cachês pagos a Leonardo por prefeituras variaram entre R$ 380 mil e R$ 550 mil, o que representa uma diferença de até R$ 318 mil em relação ao contrato celebrado em Gaúcha do Norte.
A Justiça determinou que a empresa responsável devolva R$ 300 mil aos cofres públicos, valor considerado excedente. O show chegou a ser alvo de uma liminar para suspensão antes da realização, mas o evento foi mantido após recurso da gestão municipal.
Além da empresa contratada, o ex-prefeito Volney Rodrigues Goulart também é investigado pela suposta irregularidade na contratação. A atual administração informou que o evento foi organizado pela gestão anterior e que não tem relação com o processo.
O caso reacende o debate sobre o uso de recursos públicos em eventos de grande porte em cidades de pequeno e médio porte, especialmente quando há indícios de sobrepreço e ausência de licitação. O Ministério Público segue apurando o envolvimento de agentes públicos e possíveis prejuízos ao erário.