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Ministério confirma primeiro foco de gripe aviária em granja comercial no Brasil

Detecção ocorreu em Montenegro/RS e levou à suspensão de compras por grandes mercados; governo brasileiro iniciou medidas de contenção

Por Seridoense há 1 semana

Foto: Reprodução/ Agência Brasil

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quinta-feira (15) o primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja de aves comerciais no Brasil. A detecção ocorreu no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.

Embora o vírus já circulasse em aves silvestres no país, esta é a primeira vez que é identificado em sistema de avicultura comercial. A confirmação provocou reações internacionais imediatas: China, União Europeia e Argentina suspenderam temporariamente as importações de frango brasileiro.

Segundo o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Marcel Moreira, o Brasil já mantém acordos sanitários com diversos países que preveem bloqueios automáticos em caso de surtos em granjas.

Para outros mercados com acordos regionalizados, como Japão, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Filipinas e Arábia Saudita, a suspensão de compras ocorre apenas de áreas específicas. O Japão, por exemplo, interrompeu apenas as importações oriundas de Montenegro. A Argentina, no entanto, publicou nota suspendendo as importações do Brasil sem detalhar se aplicará restrição nacional ou localizada.

Moreira explicou que o Brasil pode retomar as negociações com os países após o cumprimento do prazo de 28 dias contados a partir da desinfecção da granja afetada, desde que não haja novos focos. A regra é estabelecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

O Mapa reforça que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos. Os produtos fiscalizados e inspecionados continuam sendo seguros. O risco de infecção em humanos é considerado baixo e ocorre geralmente em profissionais com contato direto com aves doentes.

As ações de contenção e erradicação do foco foram iniciadas e seguem as diretrizes do Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária. O objetivo é debelar a doença, manter a capacidade produtiva do setor e assegurar o abastecimento e a segurança alimentar.

O Brasil mantém, desde a década de 2000, programas de vigilância ativa e ações de prevenção, incluindo o monitoramento de aves silvestres, treinamentos técnicos, vigilância epidemiológica e fiscalização em pontos de entrada no país. Tais medidas foram fundamentais para impedir a entrada da doença na avicultura comercial ao longo de quase 20 anos.

Em 2024, o Rio Grande do Sul já havia enfrentado uma suspensão das exportações de frango para a China devido à detecção da Doença de Newcastle, outro episódio que reforça a importância da vigilância sanitária no setor.


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