O Papa Francisco apareceu publicamente neste Domingo de Páscoa (20) para conceder a tradicional bênção “Urbi et Orbi” (“à cidade e ao mundo”) diretamente da sacada central da Basílica de São Pedro, no Vaticano. O momento emocionou milhares de fiéis presentes na Praça São Pedro e também telespectadores ao redor do mundo.
“Irmãos e irmãs, Feliz Páscoa!”, declarou o Papa, com a voz mais firme desde seu retorno ao Vaticano em 23 de março. Milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro aplaudiram e gritaram vivas, embalados por hinos tocados por uma banda militar.
Apesar de não ter celebrado a missa pascal — missão delegada ao Cardeal Angelo Comastri —, Francisco acompanhou a celebração e apareceu ao final da liturgia. Devido à saúde fragilizada, um assessor leu o discurso da bênção.
A presença do pontífice foi cercada de expectativa devido às recentes ausências em celebrações importantes da Semana Santa, provocadas por questões de saúde. Mesmo com a voz debilitada, o Papa discursou e orou pela paz, destacando conflitos atuais como os da Ucrânia e da Faixa de Gaza.
Francisco também pediu aos líderes mundiais mais comprometimento com o diálogo, a reconciliação e o acolhimento aos mais vulneráveis. “Que o Cristo ressuscitado ilumine os corações de todos os que sofrem com a violência e a guerra”, declarou.
A cerimônia foi transmitida ao vivo por diversos canais oficiais e plataformas digitais do Vaticano.
A Praça de São Pedro estava decorada com narcisos, tulipas e outras flores, doadas pela Holanda, sob um céu de primavera fria e ensolarada. A celebração da Páscoa — o momento mais alegre do calendário cristão, que marca a ressurreição de Cristo — este ano teve ainda mais simbolismo por acontecer no mesmo dia entre católicos e ortodoxos.
Desde sua internação, Francisco tem reduzido a agenda e se mantido sob cuidados médicos, com sessões de fisioterapia respiratória. Sua participação nos eventos da Semana Santa foi mínima, com ausência na Sexta-feira Santa e no Sábado Santo. Antes do Domingo de Páscoa, sua principal aparição havia sido em uma visita a uma prisão de Roma, na Quinta-feira Santa, onde celebrou com detentos — gesto que reforça sua atenção constante às pessoas marginalizadas.