Foto: Vatican News / Reprodução
A tão aguardada fumaça branca finalmente saiu pela chaminé da Capela Sistina, indicando que os cardeais reunidos em conclave chegaram a um consenso sobre quem será o novo líder da Igreja Católica. Com isso, a expectativa recai agora sobre o cardeal Dominique Mamberti, de quem se espera a proclamação da clássica expressão em latim “Habemus Papam” – “Temos um papa” – da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
A função de Mamberti como porta-voz do anúncio decorre de seu posto como o mais antigo membro da Ordem dos Diáconos, uma das três ordens do Colégio dos Cardeais. Apenas uma possibilidade o impediria de exercer esse papel: ser ele próprio o eleito pelos colegas cardeais para assumir o trono de Pedro.
Embora o nome de Mamberti não conste entre os favoritos segundo listas de vaticanistas, o conclave é sempre marcado pela imprevisibilidade. Foi assim também em 2013, quando Jorge Bergoglio, pouco citado entre os cotados, foi eleito e tornou-se o Papa Francisco.
Caso Dominique Mamberti seja o novo papa, a tarefa de anunciar a escolha recairá sobre o segundo cardeal da Ordem dos Diáconos em antiguidade: o italiano Mario Zenari, atual núncio apostólico na Síria.
Com 73 anos, Mamberti nasceu no Marrocos, foi criado na Córsega e tem uma longa trajetória no serviço diplomático da Santa Sé, com passagens por Argélia, Chile, Nova York, Sudão, Somália e Eritreia, ainda sob o pontificado de João Paulo II. Em 2002, o Papa Bento XVI o convocou para Roma, nomeando-o secretário para as Relações com os Estados — função análoga à de um chanceler.
Desde 2014, ele ocupa o cargo de prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, o mais alto órgão de justiça do Vaticano. No ano seguinte, foi feito cardeal por Francisco.
Conhecido por seu perfil discreto, Mamberti não se envolveu em escândalos e mantém distância dos principais grupos ideológicos que disputam espaço dentro da Igreja. Ao longo de sua trajetória, defendeu a liberdade religiosa, o diálogo entre credos, o acolhimento de imigrantes e a proteção da vida.
Independentemente de ser o anunciador ou o anunciado, sua presença no momento histórico desta quinta-feira será central. E sua voz, firme e serena, ficará marcada para os 1,4 bilhão de católicos ao redor do mundo que, ansiosos, esperam saber o nome do novo papa.