
Foto: Alex Regis
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) está próxima de entregar um dos equipamentos científicos mais aguardados de sua história recente: o Observatório Astronômico do Campus Central, em Natal. Idealizado há mais de uma década, o projeto entra na reta final de construção com previsão de funcionamento até o fim de 2025.
Com investimento aproximado de R$ 2 milhões, o observatório será um espaço de integração entre ensino, pesquisa e extensão, promovendo a vivência da astronomia de forma imersiva para estudantes da UFRN e visitantes de fora da instituição, como alunos de escolas públicas e privadas. A construção foi viabilizada a partir da doação de um telescópio de 35 cm de diâmetro — um dos maiores em atividade no Norte e Nordeste —, o que deu impulso definitivo à concretização do projeto.
“O telescópio já está no campus. Com ele, será possível observar o Sistema Solar com riqueza de detalhes. Queremos proporcionar essa experiência não só aos nossos estudantes, mas também ao público em geral”, explica o professor José Dias do Nascimento Júnior, astrofísico, idealizador e diretor do observatório.
A estrutura contará com auditório para 40 pessoas, laboratório de inteligência artificial voltado ao ensino de física e astronomia, além de recursos de realidade virtual. Escolas de todo o estado poderão participar de sessões remotas e até tirar fotografias dos astros em tempo real, por meio de visitas monitoradas online.
O prédio também é pioneiro na adoção de práticas sustentáveis. Com o “Selo Verde” da UFRN, o espaço foi projetado para consumo reduzido de energia e total acessibilidade. O projeto arquitetônico é assinado por Petterson Dantas e teve, em sua fase inicial, a coordenação do arquiteto e professor Marcelo Tinoco, já falecido.
Previsto inicialmente para maio, o cronograma foi prorrogado por ajustes finais, como instalação da cúpula e acabamento acústico do auditório. Além disso, a universidade já iniciou o processo de aquisição de um telescópio solar, que deve ser incorporado ao observatório em 2026.
“O observatório rompe barreiras. Democratiza a ciência, tira o conhecimento dos grandes centros e oferece à população o direito de sonhar com as estrelas”, afirma o professor José Dias.